terça-feira, 30 de julho de 2013

Querido André

Querido André,

   Sei que, provavelmente, nunca irás ler isto e, não sei se fique contente ou triste por isso.
   Passaram-se alguns minutos desde que fui ler uma das nossas conversas. A conversa que mudou tudo.
   E acredita quando te digo que, senti algo que nunca pensei sentir. Eu estava tão nervosa a ler cada palavra que tinhas dito, que eu tinha dito, que foi como reviver cada momento.
   Começou, como sempre, com um diálogo normal e acabámos por discutir. Lembro-me perfeitamente dessa noite, acho que nunca a irei esquecer. Foi uma discussão completamente insignificante mas que, por alguma razão, me fez chorar. Eu estava despedaçada e essa era a única coisa que conseguia fazer.
   Depois fui falar com ela, a pessoa em quem eu confiava tudo, e ela acabou por me ajudar, por nos ajudar.
   Eu sabia de toda a tua conversa com ela, e sentia-me bem por todas as coisas que estavas a dizer. Era a minha melhor amiga e sabia que podia contar com ela para aquilo. Depois começas-te a tentar dizer aquilo que sentias e a única coisa que conseguia fazer era tentar apressar-te porque a minha mãe estava á horas a mandar-me desligar o computador. Antes que tu pudesses dizer aquilo que querias, disse-to eu e acabei por sair.
   Mais tarde recebi uma mensagem tua a dizer tudo o que sentias e ninguém podia imaginar o quão feliz eu me senti.
   Nos dias anteriores a esse, sempre que me tentava aproximar de ti a única coisa que fazias era afastares-te, e era como se cada bocadinho do meu coração se quebrasse.
   Com o passar do tempo, apercebi-me que a maneira que te tratava era de longe parecida com a maneira querida com que me tratavas, e acabei por percebi que não gostava realmente de ti. Tu não merecias a pessoa que eu era. Tu dizias que me amavas, mas eu não conseguia sentir o mesmo, não dessa maneira. Eras especial, diferente, mas eu não te amava.
   Quero que saibas que, peço imensas desculpas por não ter tentando o suficiente, peço imensas desculpas se te magoei, mas essa nunca fora a minha intenção.
   E também quero que saibas que, hoje, me arrependo de (não) o ter feito.
   Mesmo depois de tudo o que aconteceu, tu ajudaste-me quando precisei e nunca deixas-te a nossa amizade para trás. É claro que acabámos por nos separar, escolas diferentes, vidas diferentes, tu sabes. No fim, não me abandonas-te e, não sei, mas quando falo contigo sinto-me bem. Talvez seja pelo pouco tempo que passámos juntos, ou por tudo o que aconteceu naquela noite, mas é assim que me sinto.

Mais uma vez, desculpa André, e espero que algum dia me possas perdoar.
 

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