Carta para a tua paixão

A minha paixão? Ora, eu já não tenho uma paixão...

Foste embora, claro, eu já o esperava. O ano acabou e o mais provável era seguires em frente com a tua vida. Porque razão irias ficar num sitio que não gostas, e simplesmente por causa de uma miúdinha irritante como eu? Pois claro, não há nada para explicar.
Nunca nos demos muito, e as vezes que falamos foram bastante poucas, mas foram muito especiais para mim, nisso tens que acreditar. 
Eu gostar de ti, para ti é como aquele ditado, tu próprio o disseste " Não me aquece, nem me arrefece " . Isso já não me afecta. A última vez que te vi, fizeste praticamente de propósito para que eu visse aquilo que não queria. Tu sabias que eu estava ali, no mesmo sitio que tu, à mesma hora. E assim que me viste, provocaste-me. Não entendo porque o fizeste, não à razão. 
Eu agora estou feliz, tu estás longe e eu consegui esquecer-te. Foi bastante difícil, tenho que o admitir. Mas sabes que mais? Se hoje passar por ti na rua, vou fingir que não te vi... 
Oh, mas quem quero eu enganar? Posso já não gostar de ti, mas se isso realmente acontecer, eu ficarei mesmo muito vermelha. Terei vergonha de olhar para ti, terei vergonha e irei de certo arrepender-me por ter passado naquele momento, naquele mesmo sitio, onde tu estavas. Só espero que isso nunca mais volte a acontecer. 
Ao mesmo tempo não te quero ver, e quero que nunca mais apareças na minha vida. Mas... o que é estranho é que penso em ti, ainda, todos os dias. E quero ver-te. Não me perguntes porquê, porque nem eu mesma sei essa resposta. É uma pergunta muito difícil, mesmo. 
Já chorei por ti, já ri e saltei de alegria por te ver, mas isso é passado, espero eu.
E claro, agora apareceu o teu irmão, o que ainda veio piorar as coisas. Ele diz, e claro que vais acreditar nele. Mas também, quem não acreditaria? 
Eu só espero esquecer-te... mas abraçar-te e estar contigo.


Sais-te da minha vida, mesmo sem entrares nela...